segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Empresas ainda murmuram por controle de acesso no Brasil

Se a contribuição do conhecimento tradicional não vale nada até a empresa lançar seu blockbuster patenteado no mercado, os laboratórios poderiam tentar contratar seus PhDs e Pós-Docs com contratos de risco, para também contribuírem de graça seus talentos até o produto começar a dar um retorno.

Mas que a MP da Novartis -- lançado em 2000 por FHC e os mesmos que até hoje mandam no MCT e na Embrapa -- é um atraso tanto para a pesquisa como para a justiça, isto de fato é indiscutível.

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AE - Agência Estado,
24 de outubro de 2010 | 10h 46

Para pesquisadores, lei de biodiversidade trava inovação

Com vasta riqueza em espécies de plantas e animais, o Brasil pouco avança na inovação científica a partir da biodiversidade. Para empresas e pesquisadores, o maior entrave é a atual legislação para coleta e exploração de recursos genéticos.

Ninguém envolvido com a questão defende liberdade absoluta para pegar e usar espécies da natureza em pesquisas ou para criar produtos, como remédios e cosméticos. Mas academia e indústria avaliam que a medida provisória que regula o acesso à biodiversidade, em vigor desde 2001, é problemática.

"A legislação atual é uma barreira à pesquisa aplicada e à pesquisa pura", diz Rodolfo Guttilla, diretor de assuntos corporativos da Natura. O gerente técnico científico da Aché Laboratórios, Emerson Queiroz, considera a lei "de tamanha complexidade que desestimula o aproveitamento desses recursos, dada a dificuldade de se obter autorização para acessar e pesquisar os recursos genéticos".

Ele dá um exemplo concreto. A legislação exige que antes do desenvolvimento do produto se efetive um contrato de repartição de benefícios - para pagar comunidades tradicionais, como índios, que já utilizem a planta ou animal analisados.

"Ocorre que os estudos de desenvolvimento de fármacos são de longa duração, possuem elevado custo e apenas uma pequena fração chega ao mercado. Assim, o eventual pagamento deveria incidir apenas no produto efetivamente desenvolvido e comercializado", argumenta.

Segundo empresas, a situação não é muito melhor no resto da América Latina. "Apenas a Colômbia está interessada em aperfeiçoar seu marco regulatório", diz Gutilla. No Hemisfério Norte, as leis são mais simples - mas muitos países já não têm florestas nem diversidade de espécies. "Ainda não existe um país que conseguiu estabelecer um sistema jurídico adequado e justo", afirma Queiroz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. 

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